segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Uso de tecnologias na Educação


Quais as dificuldades que o professores das escolas públicas do ensino básico enfrentam no uso das TICs” em nosso Pais?


Seja no meio acadêmico (na universidade) ou entre professores numa coordenação, é comum falarmos sobre o uso das tecnologias no processo de ensino-aprendizagem, na vontade de recuperar o interesse de nossos alunos em estudar. Porém observamos que na prática escolar ainda existe pouca utilização das tecnologias na maioria das áreas de ensino. Partindo dessa problemática, procuro abordar algumas dificuldades enfrentadas em relação ao  uso das TICs .
Levy (1995) afirma que a informática é um campo de novas tecnologias intelectuais, aberto, conflituoso e parcialmente indeterminado. Dessa forma é natural elencar como primeira dificuldade a quebra da tendência tradicional, ou seja, trabalhar diferente do que sempre trabalhou assusta muitos professores, aprender com nossos alunos parece ser uma barreira para se estabelecer a ponte entre o professor e o aluno no que diz respeito ao uso da tecnologia em sala, pois sabemos que os alunos, muitos deles sabem mais de informática, e tecnologia em geral, do que seu mestre. Assim o primeiro passo é  o de estar aberto a novos conhecimentos, mesmo que estes sejam adquiridos através de nossos alunos e aprender com eles é tão importante quanto eles aprenderem com o professor.
Um problema, e também uma segunda dificuldade, que nos professores encontramos hoje em sala é o grande desinteresse de nossos alunos em estudar. O tempo todo paramos para repreender  um ou outro aluno por causa do uso do celular, seja ouvindo música ou num aceso à internet no momento da explicação, porém não nos atentemos para essa ferramenta que nossos estudantes insistem em fazer “mal” uso. A grande questão é aproveitar esse interesse pela tecnologia a favor da educação, a favor da aula. Segundo Valente (1999), o uso do computador na educação objetiva a integração deste no processo de aprendizagem dos conceitos curriculares em todas as modalidades e níveis de ensino, podendo desempenhar papel de facilitador entre o aluno e a construção do seu conhecimento. Nesse contexto, o uso do computador e até mesmo do celular facilitará a integração aprendizagem-tecnologia, de um lado a ferramenta será fornecida pelo professor através da aula e permitindo ao aluno, por exemplo, o uso do celular na gravação da aula para posterior estudo, anotações em laptop, ou por meio de um blog, postando atividade ou direcionando seu aluno para aumentar seus conhecimentos e do outro lado a tecnologia usada pelo aluno de maneira mais “útil” e consciente.
Ainda dentro desse conceito coloco a terceira dificuldade: A maioria dos professores não se sente a vontade no uso da tecnologia em sala devido ao despreparo em relação ao uso dela, para muitos é menos trabalhoso usar o quadro e por isso deixam de procurar novos métodos para a aprendizagem de seus alunos, apenas usam o computador para elaboração de atividades e provas. Dentro dessa dificuldade entra a que está relacionada ao incentivo do governo em atender as instituições no acesso às tecnologias. Se pararmos para fazer um levantamento da quantidade de recursos tecnológicos que tem no nosso trabalho provavelmente vamos nos deparar com quantidades mínimas, poucas TVs , laboratórios, data show, retroprojetor que nós temos que disputar semana a semana para conseguir usar. Essa burocracia, com certeza é um entrave para o crescimento de nossas aulas e consequentemente para a aprendizagem. O que se ver é pouco incentivo e pouco investimento em educação. O trecho abaixo foi retirado de um site na internet:
 “...Enquanto o país investe mais de R$40 mil por ano em cada preso em um presídio federal, gasta uma média de R$15 mil anualmente com cada aluno do ensino superior - cerca de um terço do valor gasto com os detentos. Já na comparação entre detentos de presídios estaduais, onde está a maior parte da população carcerária, e alunos do ensino médio (nível de ensino a cargo dos governos estaduais), a distância é ainda maior: são gastos, em média, R$21 mil por ano com cada preso - nove vezes mais do que o gasto por aluno no ensino médio por ano, R$2,3 mil. Para pesquisadores tanto de segurança pública quanto de educação, o contraste de investimentos explicita dois problemas centrais na condução desses setores no país: o baixo valor investido na educação e a ineficiência do gasto com o sistema prisional...” diante disso fica fácil perceber que incentivar o uso de tecnologias em sala passa, primeiro, pelo investimento que se dar na aquisição dessa ferramenta na escola e consequentemente no preparo do professor para o uso dela. Se fizermos uma comparação entre O Brasil e Coréia do Sul vemos que o Brasil já esteve na frente da Coréia do Sul, mas que hoje, nosso país parece que retrocedeu no que diz respeito aos investimentos na educação. Os coreanos praticamente erradicaram o analfabetismo e colocaram 82% dos jovens na universidade, o Brasil mantém aproximadamente 13% de analfabetismo e tem aproximadamente 18% dos estudantes na universidade. A grande diferença é que nós não soubemos aplicar nossos recurso, apostamos em projetos de fora mirabolantes, em construção de pontes, viadutos, sistemas carcerários falidos, desviamos o dinheiro da educação para sermos um país “desenvolvido” e vamos acabar, se tudo não mudar, num coma profundo de “desconhecimento”.
            Por fim enfatizamos que com todas as dificuldades existentes, seja o medo; o desconforto; a falta de incentivo; a falta de preparo devem ser transpassado, vencidos em prol do que está acontecendo, nossos alunos querem algo diferente, é fato, nos queremos dar aula, aquela velha aula de sempre, porém devemos unir essa velha aula com a nova aula, a aula que abarca as tecnologias, afinal tudo passa e o que fica não se perde se transforma como a matéria, então transforme-se e transforme sua aula também e veremos novamente a vontade e o gosto renascer no olhar de cada um de nossos alunos.